Sem ter certeza de que a verdade era realmente certa, e ainda desconfiado de que o erro na verdade não existisse, tentei conter-me... Em vão, sem teogonia e sem um mísero vestígio de que um dia eu estivesse certo. Sem sinal algum de que minha verdade era correta, já que o erro sempre havia me perseguido.
Num único suspiro me encontrei quando ainda não havia me perdido. Estava eu desnudo de maldades, ao revés do acaso e numa época que em nada me era familiar. Era eu, quando somente eu era suficiente. Um menino vadio, sem um trocado sequer. Sem a malícia que mais tarde me faria companhia... Sem o medo que um dia tomaria conta de mim.
Os únicos atos que reconheci foram aqueles que me atormentam até hoje... E como se nada mais importasse, nem mesmo a felicidade, o universo me tomou pelos braços e me colocou de fronte a tudo e a todos. Cada sorriso extraído sem responsabilidade, cada lágrima arrancada sem merecimento e todos os sonhos mumificados pelo olhar imaturo de um parvo sem consciência... Tudo isso conduzia minha alma a um arrependimento voraz, sincero, tímido e retraído. Era como se o pedido de perdão saísse mudo de minha boca, mesmo que meu espírito gritasse dentro de mim...
Chega um dia... Um dia após o anterior! Acordo. Sem jeito, sem graça e ainda cansado da epifania recebida tento solidificar o que minha alma gritou incessante. Em vão novamente me aquieto. Sou pequeno demais... Covarde demais... Então eu volto a dormir!
Americana, 28 de Novembro de 2011.
QUINCA