Blog do Quinca

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Filosofias Desvairadas - Parte II

 
Sempre me fiz mudo quando palavras eram desnecessárias... Descobri devagar que o desejo sem vontade não passa de uma opção, quase sempre descartável! Foi por medo de me perder que acabei me esquecendo, e por medo do fracasso que esqueci de me preparar para ele. Alguns detalhes pareciam sóbrios demais para serem detalhes, ao ponto em que o essencial se mostrava menos exigente. Foi tentando inventar uma vida que perdi o sentido da minha, ora perdida, ora presente demais para ser apenas um devaneio insano.
 
Perdido dentro da sobra... Aquela, que nos permeia do nascer ao por do sol... Que nos contorna quando somos apenas efeito sintético de uma sucessão de coisas. A sombra que vê de dentro pra fora, não tem cor, mas tem vontade. A vontade que vomitamos sem abrir a boca! A vontade que assombra até o mais decente dos sensatos... Vontade essa que não nasceu hoje, nem ontem... A vontade que habita em nós e não tem nome, nem mesmo um nome desconhecido.
 
Vejo ao fim de uma serra, o vale em que certa vez me vi perdido! O sagrado lugar em que me perdi para me reencontrar. Era o revés de um tempo em que eu era mais, ainda que mais não existisse. Era redundante me prender novamente, principalmente pelo medo de me ver livre! Volto antes... Sem fôlego e ainda sem calma me pergunto: Seria mesmo a vida a razão do desejo sem nome? Seria mesmo verdade que a vontade por trás da vida pudesse manipular o desejo por trás dos sonhos? Num segundo mudo, me vejo diante de um velho dilema... Falar ou não falar, eis minha perdição!
 
Agora entendo o poder da vida diante dos sonhos... Agora entendo a fraqueza do ser confrontado pelo teatro sagrado em que ele se apresenta. Cansado de buscar motivos para a vontade de um desejo, repouso meus sonhos num leito vazio, até que eu consiga preencher esse espaço!

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